«Os emigrantes» de Domingos Rebelo (1926)






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Biografia do artista e apresentação da obra

Domingos Rebelo é um pintor e professor açoriano. Nasceu a 3 de dezembro de 1891 e morreu a 11 de janeiro de 1975.
É conhecido por ter realizado pinturas famosas como «Os Emigrantes», pintura emblemática e símbolo forte do povo açoriano, e por ter sido um fervente representante da cultura açoriana através do mundo.
Estudou em Paris, na Academia Julian e na Academia de la Grande Chaumière a partir de 1907. Regressa a São Miguel e participa em várias exposições, o que vai trazer-lhe fama.
Domingos Rebelo pintava essencialmente retratos e paisagens, mas de uma maneira moderna graças às cores que ele utilizava e ao seu traço.
Queria sobretudo ilustrar e revelar a beleza da sua região e dos seus habitantes, tanto pela sua autenticidade que pelo seu esplendor sobrenatural.
Participava regularmente nas exposições anuais da Sociedade Nacional das Belas Artes, fazendo idas e voltas regulares entre Ponta Delgada e Lisboa.
Deslocou-se também para o Brasil onde ganhou vários prémios e foi honrado, sobretudo no Rio de Janeiro.
Acumulou os prémios e viajou para vários países onde o seu trabalho foi sempre reconhecido, inclusivamente nos Estados Unidos, em São Francisco.
Foi mestre e professor de pintura em Lisboa de 1942 a 1975, ajudando e acarinhando os jovens pintores vindos dos Açores para Lisboa.
Faleceu aos 83 anos em Ponta Delgada em 1975.
 




 OS EMIGRANTES



Justificação do título da obra

A obra «Os Emigrantes» de Domingos Rebelo representa um casal sentado num grande baú. Parecem prestes a partir com muitos dos seus objetos pessoais marcados pela cultura açoriana (o traje popular, a cesta de vimes, a viola da terra, o registo do Senhor Santo Cristo, tudo isto no enquadramento da cidade de Ponta Delgada). Deduz-se que é um casal açoriano que vai emigrar, um casal de emigrantes que acaba dando título à tela.

Identificação da mensagem que o autor pretende veicular

O pintor, nesta obra, pretende mostrar as características do povo açoriano e a sua cultura.
De facto, o autor quer mostrar uma fase da história de Portugal e mais particularmente dos Açores. A emigração portuguesa faz parte da identidade do país e o pintor conseguiu desenvolver e mostrar a sua visão da emigração portuguesa através de uma obra colorida e resplandecente com uma forte carga cultural.
O pintor também transmite uma mensagem de esperança. As pessoas que emigram têm a intenção de encontrar um lugar com melhores condições de vida, encontrar um trabalho. Este sentimento de esperança e de otimismo é veiculado sobretudo na postura do casal e nas cores vivas. O homem que segura o guarda-sol está com o corpo algo curvado, espelhando talvez o desespero relativo à sua situação atual, e com os olhos perdidos em direção ao mar, como símbolo da sua esperança relativa ao seu futuro. A mulher olha numa outra direção, mas também para o mar, revelando uma ampla variedade de possibilidades quanto ao futuro.

Identificação das características da emigração portuguesa presentes na obra

Nesta obra que retrata emigrantes, podemos ver um casal sentado num grande baú que deve levar grande parte dos seus bens pessoais. À volta deles, há outros baús e caixas, uma viola, um quadro, uma almofada, maçãs e casacos. Todos estes objetos mostram que vai haver uma partida iminente e, se calhar, definitiva.
Atrás deles, podemos ver outras pessoas. Também parecem ser emigrantes, porque se despedem de outras pessoas e parecem estar prestes a partir.
Este sentimento de esperança, misturado à ansiedade de partir e o facto de haver todos esses bens pessoais são características da emigração portuguesa que procura dessa forma minimizar a saudade do país e da cultura que vai ter de deixar.

Identificação da atualidade da mensagem

A mensagem veiculada por esta obra é atual, porque ainda hoje há milhares de pessoas que emigram, não só de Portugal e dos Açores, mas também no mundo inteiro.
Este sentimento de esperança e de otimismo que acompanha o emigrante são ainda atuais para todos os emigrantes do mundo, porque todos esperam encontrar um trabalho e melhores condições de vida num outro país, numa outra região. Todos ficam tristes por deixar amigos e família, mas todos acreditam no futuro.
Esta situação pode assemelhar-se à que é vivida pelos emigrantes que atravessam o Mediterrâneo atualmente, mas a diferença é que esses emigrantes fogem dos seus países sem nada, muitas vezes por causa da guerra, o que não era o caso dos emigrantes retratados por Domingos Rebelo.

Esquematização das ideias-chave da obra

Elaborar 2 questões sobre a obra, baseadas no conteúdo do cartaz 


            1) O quadro retrata a emigração açoriana?
            2) As cores vivas do quadro ajudam a realçar o tédio dos emigrantes na hora da partida ?
          

 BL & GC & LAF










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