VIDAS ADIADAS de Cristina Torrão (in CONTOS DA EMIGRAÇÃO, 2018)















a)      Pesquisar sobre o autor e a sua obra com vista a uma apresentação de ambos
Cristina Torrão nasceu a 16 de Julho de 1965, em Castelo de Paiva. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Ingleses e Alemães) pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Exerceu funções na Delegação do Norte da Radiodifusão Portuguesa antes de emigrar para a Alemanha, onde vive atualmente. Foi professora de Português em várias escolas de Hamburgo. 

No conto «Vidas Adiadas» as personagens Ana e Maria deixam o seu país à procura de melhores condições de vida ou para proporcionar melhores condições a familiares.


Este conto narra a emigração de duas mulheres para a Alemanha, dois percursos de vida distintos. Ana e Maria, que emigram para Hamburgo na Alemanha em busca de melhores condições de vida. Ana parte só com o marido e começa a trabalhar numa empresa de limpeza, onde conhece Maria, que tem uma filha tal como Ana tinha filhos. Ambas as mulheres emigram deixando os filhos em Portugal.

Ana, mãe de cinco filhos, não descansa enquanto não traz os filhos para junto de si na Alemanha, onde vive num pequeno apartamento para poupar dinheiro e poder mais tarde construir uma casa em Portugal.

Maria, casada com um marido alcoólico e preguiçoso, trabalha o tempo todo mandando o dinheiro ganho para Portugal, sustentando assim o marido e a filha. A filha de Maria, Sara, é criada pela tia, longe da mãe acabando por não estudar (desiste do primeiro ano de faculdade). Engravida, casa e tem três filhos. Mais tarde divorcia-se e fica a viver com a mãe reformada depois do pai morrer de uma cirrose.
Em ambas as vidas emigradas destas mulheres, surge o desejo de construir uma casa grande em Portugal que acaba por ser um fiasco, quando comparada com as grandes expetativas que precederam a respetiva construção. Há ainda a questão da educação dos filhos: uns emigrantes deixam-nos em Portugal a serem criados por familiares e outros não sossegam enquanto não trazem os filhos para junto de si, quando acontece iniciarem a vida emigrada sem eles.
 
 
b)     Justificação do título

A existência de vários acontecimentos no conto podem justificar o título que lhe foi dado. Maria adia conhecer bem a filha, Manuel e Maria adiam o término da sua relação, José adia a emigração dos filhos para a Alemanha e Manuel adia a sua habituação à Alemanha. De um modo geral as personagens vivem em função de algo que ainda não chegou, que adiam para um futuro acabando por nem sempre aproveitar o presente. 

c)      Identificação da mensagem que o autor pretende veicular
A mensagem do conto leva-nos a refletir sobre os motivos e as escolhas que se fazem aquando da emigração: emigra-se para melhorar a vida, mas nem sempre ela melhora humanamente. Economicamente a situação das pessoas parece melhorar, mas nem sempre isso acontece humanamente - é penoso os pais terem de viver longe dos filhos, por um tempo ou toda a vida infantil e adolescente deles; é penoso os casais não se entenderem em termos de escolhas de vida.

d)     Identificação das características da emigração portuguesa
     As características dos emigrantes neste conto é a esperança numa vida melhor através da emigração. São pessoas que não têm nada a perder, devido à sua condição de vida, em Portugal, precária, na maioria dos casos.


e)      Identificação da atualidade da mensagem
     A intriga do conto decorre na atualidade e por isso reflete uma faceta da emigração atual. Os seus personagens emigram para melhorar as suas condições de vida. São oriundos do meio rural que mal lhes dá de comer.

f)       Esquematização das ideias da obra (contando a história, destacando as ideias principais)

g)      Escolher uma imagem caracterizadora da obra, da sua mensagem, da emigração

h)     Elaborar 2 questões  sobre a obra, baseadas no conteúdo do cartaz
                  1- Quando emigraram para a Alemanha, a Ana e a Maria levaram os filhos com elas?
                  2- O marido de Maria é bêbedo?

MT & VG

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