a) Pesquisar sobre o autor e a sua obra com vista
a uma apresentação de ambos
José Vieira, realizador deste documentário nasceu em 1957. É natural de Oliveira de Frades, no distrito de Viseu. Foi para França com apenas 7 anos, nos anos 60, e, quando chegou, instalou-se nos “bidonvilles” (bairros de lata) tendo uma vida muito difícil e pobre. Aos 16 anos vive o 25 de Abril de 1974 acompanhado pelas canções sobre a guerra colonial e pelos movimentos de opinião. Nessa época conhece Luís Cília e José Mário Branco. É militante nos movimentos cívicos dos emigrantes FASTI e CEDEP. De 1985 até à data realizou cerca de 30 documentários para os canais franceses France 2, 3, 5 e Arte. Interessou-se pela questão da emigração e da imigração em vários filmes por ter vivido mal este fenómeno.
José Vieira, realizador deste documentário nasceu em 1957. É natural de Oliveira de Frades, no distrito de Viseu. Foi para França com apenas 7 anos, nos anos 60, e, quando chegou, instalou-se nos “bidonvilles” (bairros de lata) tendo uma vida muito difícil e pobre. Aos 16 anos vive o 25 de Abril de 1974 acompanhado pelas canções sobre a guerra colonial e pelos movimentos de opinião. Nessa época conhece Luís Cília e José Mário Branco. É militante nos movimentos cívicos dos emigrantes FASTI e CEDEP. De 1985 até à data realizou cerca de 30 documentários para os canais franceses France 2, 3, 5 e Arte. Interessou-se pela questão da emigração e da imigração em vários filmes por ter vivido mal este fenómeno.
Realizou o
documentário Gente do Salto, um
conjunto de 7 filmes e de um “livrete” com documentos inéditos. Este foi um dos
primeiros documentários que esclareceu a mente, dos mais interessados, sobre a
imigração portuguesa dos anos 60.
b) Justificação do título
A expressão “a salto” abrange a história dos emigrantes portugueses que, nos anos 60, saíram de Portugal em direcção ao Norte da Europa de forma clandestina. “O salto” significa literalmente o salto dado por cima das fronteiras dos milhares e milhares de Portugueses que então fugiram da ditadura de Salazar. Esvaziaram-se aldeias inteiras de forma silenciosa, discreta e com medo. “Era a viagem do silêncio”. Um acto de resistência e de desobediência que custou a vida a alguns portugueses. De vez em quando a polícia disparava sobre eles como se fossem prisioneiros fugitivos. A ideia do “salto” era a de ser uma evasão provisória, ou seja, a de mais tarde as pessoas regressarem ao país, mas acabou por ser uma partida definitiva para a maior parte das pessoas. O título do documentário, “Gente do Salto”, tem origem nesta expressão, uma vez que as pessoas que nele surgem são emigrantes, ou seus familiares, que vieram para França para fugir ao regime salazarista.
A expressão “a salto” abrange a história dos emigrantes portugueses que, nos anos 60, saíram de Portugal em direcção ao Norte da Europa de forma clandestina. “O salto” significa literalmente o salto dado por cima das fronteiras dos milhares e milhares de Portugueses que então fugiram da ditadura de Salazar. Esvaziaram-se aldeias inteiras de forma silenciosa, discreta e com medo. “Era a viagem do silêncio”. Um acto de resistência e de desobediência que custou a vida a alguns portugueses. De vez em quando a polícia disparava sobre eles como se fossem prisioneiros fugitivos. A ideia do “salto” era a de ser uma evasão provisória, ou seja, a de mais tarde as pessoas regressarem ao país, mas acabou por ser uma partida definitiva para a maior parte das pessoas. O título do documentário, “Gente do Salto”, tem origem nesta expressão, uma vez que as pessoas que nele surgem são emigrantes, ou seus familiares, que vieram para França para fugir ao regime salazarista.
c) Identificação da mensagem que o autor pretende
veicular
Neste documentário, José Vieira pretende mostrar à
população francesa, mais especificamente, mas também à população mundial como
correu realmente a emigração dos portugueses nos anos 60 para França. Como foi
dito acima, a viagem feita pelo realizador e a vida que teve ao chegar a França
marcaram-no muito, principalmente pela negativa. É por esta razão que decide
fazer este trabalho. Com o passar do tempo decidiu fazer documentários e filmes
sobre este fenómeno, o que explica também a sua escolha no que toca ao tema.
d) Identificação das características da emigração
portuguesa
·
emigração
clandestina;
·
emigração essencialmente
oriunda do Norte do país;
·
uma grande maioria
dos emigrantes partia rumo a França, sem saber falar nem compreender Francês;
·
chegando a França
instalavam-se na sua grande maioria nos “bidonvilles”/bairros de lata;
·
emigração caracterizada
pela insegurança, não sabiam ao que vinham, se iam conseguir arranjar trabalho,
quanto tempo iam ficar longe de Portugal, onde iam viver…;
·
os emigrantes eram
mal vistos pelos portugueses, por abandonarem a pátria (fuga ao serviço
militar, em tempo de guerra colonial eram desertores);
·
partiam apenas com um
bilhete de ida.
e) Identificação da atualidade da mensagem
Nos nossos dias a população portuguesa vive muito melhor em Portugal do que vivia no século XX.
A economia e o nível de vida melhoraram desde o fim da ditadura e os portugueses sentem cada vez menos necessidade de partir para outros países. A primeira emigração, a dos anos 60, teve lugar principalmente por causa do Estado Novo, “governo” liderado por Salazar e mais tarde Marcelo Caetano, que oprimia a população deixando-a sem cultura e analfabeta. Os portugueses eram portanto, nessa época, muito pobres e não conseguiam viver sem liberdade de expressão e de opinião, problema que era muito visível pela ação da PIDE e da censura. Um dos principais factos para esta emigração em massa ocorrer foi a guerra no Ultramar. Os portugueses, principalmente do Norte do país, partiram para França porque em Espanha havia também uma ditadura de extrema direita, a de Franco. No entanto, muitas pessoas seguiram para a Alemanha e também para o Luxemburgo, por exemplo. A seguir ao 25 de Abril, muitas pessoas voltaram a Portugal, sobretudo as que haviam partido para as hoje ex-colónias portuguesas. Portugal viveu em 2008 uma nova crise económica que também afetou muitos outros países na Europa e no mundo, tendo o nível de vida dos portugueses voltado a baixar durante esta época. Com a entrada da TROIKA, durante o governo do PSD e do CDS, vivia-se um tempo de austeridade. Os portugueses voltam a partir para o estrangeiro, com mais uma vez preferência para países como a França por causa do facto de já estarem portugueses a viver nesse país. Contrariamente à primeira emigração, esta foi exercida também por pessoas com estudos superiores. Junta-se também a isto o facto de os destinos da emigração mudarem, hoje parte-se mais para Inglaterra, uma vez que a geração atual domina melhor a língua inglesa do que a francesa. Pela mesma razão, além Europa, algumas pessoas foram para os Estados Unidos ou para as antigas colónias portuguesas, hoje países independentes. Convém salientar que, de há dois anos a esta parte, muitos destes portugueses voltaram para Portugal, uma vez que o país está de novo a viver um período de recuperação económica, permitindo a esta população um retorno num contexto de grande inovação e desenvolvimento.
Nos nossos dias a população portuguesa vive muito melhor em Portugal do que vivia no século XX.
A economia e o nível de vida melhoraram desde o fim da ditadura e os portugueses sentem cada vez menos necessidade de partir para outros países. A primeira emigração, a dos anos 60, teve lugar principalmente por causa do Estado Novo, “governo” liderado por Salazar e mais tarde Marcelo Caetano, que oprimia a população deixando-a sem cultura e analfabeta. Os portugueses eram portanto, nessa época, muito pobres e não conseguiam viver sem liberdade de expressão e de opinião, problema que era muito visível pela ação da PIDE e da censura. Um dos principais factos para esta emigração em massa ocorrer foi a guerra no Ultramar. Os portugueses, principalmente do Norte do país, partiram para França porque em Espanha havia também uma ditadura de extrema direita, a de Franco. No entanto, muitas pessoas seguiram para a Alemanha e também para o Luxemburgo, por exemplo. A seguir ao 25 de Abril, muitas pessoas voltaram a Portugal, sobretudo as que haviam partido para as hoje ex-colónias portuguesas. Portugal viveu em 2008 uma nova crise económica que também afetou muitos outros países na Europa e no mundo, tendo o nível de vida dos portugueses voltado a baixar durante esta época. Com a entrada da TROIKA, durante o governo do PSD e do CDS, vivia-se um tempo de austeridade. Os portugueses voltam a partir para o estrangeiro, com mais uma vez preferência para países como a França por causa do facto de já estarem portugueses a viver nesse país. Contrariamente à primeira emigração, esta foi exercida também por pessoas com estudos superiores. Junta-se também a isto o facto de os destinos da emigração mudarem, hoje parte-se mais para Inglaterra, uma vez que a geração atual domina melhor a língua inglesa do que a francesa. Pela mesma razão, além Europa, algumas pessoas foram para os Estados Unidos ou para as antigas colónias portuguesas, hoje países independentes. Convém salientar que, de há dois anos a esta parte, muitos destes portugueses voltaram para Portugal, uma vez que o país está de novo a viver um período de recuperação económica, permitindo a esta população um retorno num contexto de grande inovação e desenvolvimento.
f) Esquematização das ideias da obra(filme central e pequenos filmes com testemunhos diversos)
g) Escolher uma imagem caracterizadora da obra, da
sua mensagem, da emigração
![]() |
https://portugaldeantigamente.blogs.sapo.pt/emigracao-portuguesa-nas-decadas-de-60-13748, 22:22, 4-6-2019 |
h) Elaborar 2 questões sobre
a obra, baseadas no conteúdo do cartaz
1. Os portugueses viviam de forma pobre ao chegar a França?
2. Os portugueses emigravam para fugir ao regime salazarista?
AT & JM
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